Apesar de ser alvo de contestação na Justiça, o wi-fi do vizinho é a porta de
entrada para a internet para 7,1 milhões de brasileiros, de acordo com um
levantamento divulgado nesta segunda-feira (16) pelo instituto de pesquisas
Data Popular. Para apurar as
informações, a consultoria ouviu 2 mil pessoas de cem cidades, espalhadas por
todos os Estados e Distrito Federal, em junho de 2013.
“Segundo o Data Popular, o compartilhamento ocorre sobretudo
quando as velocidades dos pacotes de internet são mais elevadas, o que
explicaria a baixa presença do recurso entre a classe baixa.”
A prática é mais amplamente difundida entre internautas da
classe média. Considerando apenas as pessoas que se enquadram nessa faixa de
renda, 10% afirmaram ter acesso à internet via Wi-Fi do vizinho, enquanto o
percentual é de apenas 4% entre as classes alta e baixa.
Outra razão, aponta a
consultoria, é a maior proximidade entre os vizinhos de classe média, o que faz
com que apenas um contrate o serviço e o compartilhe com os outros. Nesse
sentido, tem força a visão nessa classe de que a banda larga é um investimento,
que eleva o fluxo de informação e amplia as possibilidades de trabalho.
O assunto vem sendo
contestado na Justiça. Na última sexta-feira (13), o Tribunal Regional Federal
da 1ª Região negou um recurso do Ministério Público Federal (MPF) que
considerava crime o compartilhamento de sinal de internet.
O MPF argumentava que a
prática é uma “atividade de telecomunicação” e repassar a terceiros é
exploração clandestina da atividade. Isso infringiria a Lei Geral das
Telecomunicações (lei nº9.472/1997), resultando em penas de dois a quatro anos
aos infratores, que pode ser aumentada em até 50% caso haja dano a terceiros,
além de multa de R$ 10 mil. O TRF, porém, refutou a tese, afirmando que se
trata de “serviço de valor adicionado”.
Jovens
Já na segmentação por idade, os jovens são
os que mais utilizam o Wi-Fi do vizinho. Entre os entrevistados entre 16 e 25
anos, 21% disseram fazer o compartilhamento. A quantidade de adeptos cai
conforme aumenta a idade: 8% das pessoas entre 26 e 39 anos; 3%, entre os que
têm de 40 a 59 anos e nenhuma ocorrência entre internautas maiores de 60 anos.
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